terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A cúpula - capítulo 2 - o amor.

(para entender melhor, leia os capítulos anteriores)

Vinte minutos depois estavam todos de volta para o centro da questão, o centro da cúpula.

Ancião;
Retomemos de onde paramos. Descartamos tentar entender os tipos de amor, se é que eles existem, aceitamos que o primeiro amor é aquele consciente, não importa a idade que se sentiu. Foi isso?

Tadeu, o formador que estava mais atento que os outros:
- Foi exatamente isso que registrei.

Sião:
Pois ainda não estou convencido que o amor, pelo menos o primeiro, é quando temos consciência dele. Pois podemos ter consciência de muitas coisas, mas e se não temos consciência do que é amar porque não sabemos o que é amor? Afinal, nós, se vocês se lembram, estamos aqui justamente para isso. Será que uma criança sabe que aquele sentimento por seu pai ou mãe representa um amor? Ela tem consciência que ela existe, mas pode não ter que é um ser amante, que ama.

Cassius:
Ora, estamos falando de amor consciente, porque quem sente tem consciência, logo, o amor da primeira infância, aquele de um filho com seus cuidadores, pode ser o primeiro, pode ser o início de tudo, da aprendizagem de amar e do próprio amor. Mesmo que o ser que ama não saiba descrever ou nominar o que sente, o importante é que sente. Pois amor vive do que? De palavras concretas e verbalizadas? Não, amor vive de sentimento.

Souza, contraponto mais jovem:
Então amor é simples. Amor é sentir um querer bem do objeto amado.

Cassius:
Respeito seu pensamento, mas acredito que a nossa busca é mais profunda do que o raso conceito que você cavou. Claro que a sua inquietude, por sua idade é válida, pois está buscando a verdade, mas vejo pontos contraditórios em sua elaboração. Por exemplo, eu quero bem o meu vizinho, mas eu não amo o meu vizinho. Assim, acredito que querer bem pode estar presente no amor, mas não é o amor, pois nem todo querer bem é amor. E se querer bem for amor, um teria que representar o outro em qualquer situação.

Ancião:
Mas então, o que faz parte do amor, mas não é amor? Pois se chegarmos a essas conclusões, podemos excluir diversas possibiidades.

Sião:
Estar presente faz parte do amor. Fazer o bem faz parte do amor. Entender faz parte do amor. Ser solidário faz parte do amor. A verdade faz parte do amor. A alegria pela conquista do amado faz parte do amor. Dividir faz parte do amor. Alguém lembra algo mais?

Valquíria:
Doar faz parte do amor. Morrer pelo amado faz parte do amor. Pensar no amado faz parte do amor. Superar faz parte do amor. Paciência faz parte do amor. Cuidar faz parte do amor. Construir faz parte do amor. Sinceridade faz parte do amor. Sonhar faz parte do amor. Sorrir faz parte do amor.

Wagner:
Conquistar faz parte do amor. Crescer faz parte do amor. Apoiar faz parte do amor. Educar faz parte do amor. Corrigir faz parte do amor. Dialogar faz parte do amor. Perseverar faz parte do amor. Imaginar faz parte do amor. Idealizar faz parte do amor. Confiar faz parte do amor. Aceitar faz parte do amor. Melhorar faz parte do amor.


Ancião:
Alguém mais? Concordamos que nada disso pode ser o amor, seria apenas uma parte de um todo muito maior. Mas para evocar essas partes, o que temos? O que tem no amor que faz com que tudo isso aconteça?

Suppion

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