Essa só vai entender aqueles que gostam de dormir. Não estou falando de quem dorme bem, ou dorme muito, estou falando de quem gosta de dormir.
Tem gente que gosta tanto, que é capaz de soltar essa pérola que ouvi outro dia. “Gosto tanto de dormir, que tiro um cochilo antes e um depois de dormir”.
Eu era da espécie que não gostava de dormir. Mas sempre dormi como uma pedra. Meu despertador era o mais potente da casa – um urso maldito que tocava uma marchinha altíssima. Ainda assim, achava dormir a maior perda de tempo.
Só passei a gostar depois que eu perdi o sono. Sabe aquela história de que você só percebe que ama alguém quando perde? Acho isso a maior asneira que eu já ouvi. Continuo achando. Mas no caso do sono, funcionou pra mim. Depois que eu perdi o sono, passei a amá-lo.
Enfim, estou mudando o rumo da conversa. O que queria dizer não era nada disso, nem precisava deste preâmbulo todo. Voltando lá pra cima, pro “amo tanto dormir que tiro um cochilo antes e um depois de dormir”. Isso rendeu conversas, rendeu risadas.
Até que ele vira e fala, amor é dormir. Paixão é cochilar.
Amor é dormir? Paixão é cochilar?
Dormir, como o amor, é algo que você sabe que tem, que sabe que vai ter. Algo que você se programa, põe o pijama, escova os dentes. Tem rotina. É tranqüilo.
O cochilo é algo que você nunca sabe quando vem – exatamente como a paixão. Você não controla. Um cochilo pode ser no meio da tarde, pode ser sentado vendo um filme, pode ser até no meio de uma reunião. Geralmente você não está esperando. E vc nunca sabe quanto tempo vai durar – mas uma coisa é certa, dura pouco – senão dá um grande mau humor. Você também não tem idéia de onde vai acontecer. Pode ser no sofá, todo torto, com o pescoço caído pra trás. É desconfortável. Adormece o braço. A perna.
Moral da história: eu tenho cochilado muito pouco ultimamente, e gosto de dormir cada vez mais.
Continuamos pensando da mesma maneira....
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