quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A gente nunca sabe onde vai acabar

Quinta-feira. Primeiro cigarro do dia. Umas 11:30h da manhã.
Saio. Agora só na calçada. O que no fim tem sido um experiência interessante - muitas conversas novas.
O segurança está na porta. Como não consigo ficar quieta, paro do lado dele pra conversar.
As conversas já foram muitas, mas a de hoje foi especial.
Começou do jeito de sempre. A frente fria. Amanhã já é sexta-feira - a semana passou rápido, né?
Entramos num conversa de trabalho - o dele, no caso. É segurança. Trabalha num esquema de folgas diferente (pra mim, mas completamente normal pra ele). Trabalha 6 dias direto, tem 2 de folga. Com isso, tem semana que a folga cai na segunda e na terça, depois na terça e na quarta...e aí vai, até cair no final de semana. Segundo ele é ótimo - pois dá pra resolver muito problema.
Ser segurança deve ser difícil. Ele diz que lá isso é, mas que todo trabalho é difícil.
Ele já trabalhou a noite. Mas não gosta - "a gente é feito pra dormir de noite". Já trabalhou em balada - foi divertido, mas tinha muito bêbado que chogava champagne nele, arremessava latinhas, e ele via coisas que não pode me contar (por que eu sou uma moça de família). O mais difícil de trabalhar em balada: os bêbados, presumo. Não, as mulheres. Elas tentam beijar a força (mas a força com segurança de 2,10m não costuma funcionar).
Já trabalhou em escolta armada. Não tinha certeza se eu sabia exatamente o que era. Mas é isso: entrar naqueles Uninhos e sair a 5km/h atrás de um caminhão - de SP para Porto Alegre, de SP pro Rio de Janeiro. Foi ótimo para conhecer o Brasil.
Aí ele se aproxima. Aproxima bastante. Não entendi o que estava acontecendo. Depois de chegar bem pertinho, ele fala:
- Sabe qual foi a coisa mais estranha que eu já fiz? Escolta eleitoral.
ESCOLTA ELEITORAL??????????
Sim, um prefeito de uma cidade do interior da Bahia mandou encher 6 ônibus aqui em SP. Foram todos com escolta - mais de 12 horas de viagem. Foram pra lá de Vitória da Conquista.
Chegaram, votaram e voltaram.
Eu indignada, sem acreditar que isso acontecia ainda. As veias do pescoço já saltando.
Aí ele termina a história:
- E sabe o que foi o melhor? Ninguém votou nele. Todo mundo votou no outro candito. Pensam que o povo é bobo...
Pois é. Aos poucos as coisas vão mudando, mesmo que persistam.

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